terça-feira, 13 de janeiro de 2009

CR7 – a coroação de um jogador brilhante

Cristiano Ronaldo é desde ontem, (12 de Fevereiro de 2009) considerado oficialmente pela FIFA como o melhor jogador do planeta. Depois de em 2001 Luis Figo ter recebido este prémio, foi agora a vez de CR7 ter sido consagrado com o mesmo galardão e com toda a justiça.

Estranhamente não foi noticiado mas, Cristiano Ronaldo foi o segundo jogador mais jovem de sempre a vencer este troféu, o primeiro foi também um Ronaldo, mas de nacionalidade brasileira e venceu-o com apenas 20 anos de idade, conhecido pelo cognome de “Fenómeno”. Este reparo valoriza ainda mais a distinção deste fabuloso futebolista, um jovem de 23 anos que chegou ao topo do mundo e que já venceu tudo o que um futebolista pode ambicionar a nível de clubes, simplesmente notável.

O que já não foi estranho – infelizmente – foi a divisão de opiniões dos seus compatriotas sobre a justiça deste troféu, pois muitos portugueses preferiam ver o Lionel Messi subir ao pódio na consagração do melhor dos melhores, também ele um jogador de enorme talento. Acontece porém, que este prémio diz respeito à época 2007/2008 em que CR7 venceu o campeonato inglês (Premier League), a Liga dos Campeões, o Campeonato do Mundo de Clubes, melhor marcador e jogador da Premier League, melhor marcador e jogador da Liga dos Campeões, etc. Durante este período não houve no mundo nenhum futebolista que se lhe comparasse.

Como se explica então esta animosidade de muitos portugueses perante o sucesso de Cristiano Ronaldo?

Julgo que há dois motivos que explicam esta reacção. A primeira prende-se pela fraca prestação do jogador ao serviço da Selecção de Nacional no último Europeu que foi ganho pela Espanha. Apesar de todos sabermos que ele jogou toda a competição lesionado, não lhe reconheceram o enorme esforço que fez pelo país, pelo orgulho que mantém em vestir a camisola das Quinas. Depois do torneio foi operado e teve quatro meses em recuperação, perdeu a pré-época mas mesmo com esse percalço tem vindo a ser um jogador novamente preponderante no seu clube. Além disso, não se saiu muito bem na novela que envolveu a sua hipotética transferência para o Real Madrid, mostrando mesmo alguma ingratidão pelo clube que o levou ao topo. O segundo motivo é porque Portugal deve ser o país com mais invejosos por metro quadrado, quando se tem um compatriota que mostra um enorme talento ao mundo com unânime reconhecimento e se destaca vêm logo uma série de invejosos manifestar a sua desilusão pelo sucesso de outrem. Há muitos Portugueses que não suportam o êxito alheio, ninguém chega a grande sem ser abocanhado pela pequenez, faz parte da condição humana.

Cristiano Ronaldo tem um enorme talento e aptidão para a prática do futebol, mas não se chega a este patamar só porque se tem talento. É preciso muito mais; é necessário um enorme espírito de sacrifício; uma enorme vontade de vencer e doses industriais de ambição; muita abnegação; quase uma vida ascética.

Um país com pouco mais de dez milhões de habitantes como é Portugal, ter no espaço de oito anos, dois jogadores reconhecidos como o Melhor do mundo, penso que é um enorme orgulho para os Portugueses e, é uma projecção de Portugal no mundo inteiro. Estas duas personalidades fizeram mais pela projecção do nosso país do que algumas campanhas promocionais de Portugal encetadas pelo Governo de José Sócrates.
Parabéns CR7!

Assidua eminentis fortunae comes invidia – A inveja é companheira permanente do sucesso

A irracionalidade do futebol

O campeonato nacional está ao rubro com a alternância de líderes semana após semana, o Benfica com os mesmos pontos que o Sporting seguido do F.C. Porto apenas a um ponto dos rivais de Lisboa. Posto isto, parece que temos uma prova saudavelmente competitiva. Puro engano, temos isso sim uma prova mais equilibrada que em anos anteriores e, muito por força de algumas arbitragens absolutamente escandalosas para os amantes de futebol.

Nos ditames do espectáculo rei não há qualquer racionalidade, pois a aroma do espectáculo é a irracionalidade da paixão clubista; o acaso dos resultados – da bola que bate no poste e caprichosamente não entra –; são os adeptos e principalmente a exígua moral dos dirigentes dos grandes clubes que sentenciam os árbitros na praça pública não pelo que estes fazem, mas sim, pelos efeitos positivos ou negativos que as suas prestações emprestam às suas equipas.

Recordo com alguma saudade em que no meu Benfica ganhar não era suficiente. O caso do Toni é um bom exemplo, apesar de ter sido Campeão Nacional foi despedido no final da época. Porquê? Porque a equipa não apresentava a espectacularidade que os adeptos estavam habituados, os adeptos eram mais exigentes com os jogadores dos seus clubes. Apoiavam-nos é certo, mas em troca exigiam boas jogadas, bons intérpretes e bons resultados, se marcassem três golos o público pedia o quarto e por aí fora.

O que se passou nesta última jornada foi simplesmente escandaloso. O Benfica venceu pela margem mínima o Sporting de Braga e ascendeu ao primeiro lugar da Liga com uma arbitragem irreal.

Será que os benfiquistas estão orgulhos por estarem na liderança?

Eu não estou. O Benfica não merece estar no primeiro lugar, a classificação não espelha a verdade desportiva e, o presidente Luis Filipe Vieira que luta tanto pela verdade e pela transparência confinou-se a um silêncio sepulcral. Perdeu uma grande oportunidade de continuar a lutar pela Verdade Desportiva e conquistar algum respeito – pelo menos o meu –, mas não é esse o seu desígnio. Parece-me pois que a classe dirigente não pretende a irradiação da corrupção, nem acabar com o tráfico de influências, etc., parece-me isso sim, que lutam avidamente pelo seu controlo, e o povinho estupidamente vai dando cobertura e apoiando. Portugal tem o futebol que merece.