A demissão dos órgãos Sociais do Benfica a pedido de Luis Filipe Vieira e a marcação de eleições antecipadas para 3 de Julho, foi um insidioso golpe estatutário, não dando tempo para que outros candidatos possam apresentar novos projectos aos sócios. A ladainha de Luis Filipe Vieira de que salvou o clube da banca rota, restituiu a credibilidade da instituição, blá, blá, blá..., além de falaciosa, só se percebe vindo de alguém que está agarrando à cadeira do poder com a mesma gula que um urso se abarca dum pote de mel. O mandado de LFP acabava em Outubro, altura em que José Veiga faria cinco anos de sócio e, perante os estatutos do clube, poderia apresentar-se aos sócios como candidato e disputar a presidência do Benfica.
Como se percebe que LFP se demita juntamente com os órgãos sociais para antecipar as eleições?
Como se percebe que após a sua demissão substitua a equipa técnica de futebol – despedindo Quique Flores e contratando Jorge Jesus – e, continue a contratar jogadores estando em gestão corrente?
Como se percebe que LFP acabe de assinar um contrato de patrocínio com a Sagres para os próximos 12 anos a uma semana das eleições?
Como se percebe a instrumentalização que fez do Rui Costa dando-lhe um cargo para o qual não tem preparação?
À semelhança de Pinto da Costa, LFP não olha a meios para atingir os seus fins, mas enquanto o primeiro defende os interesses do F.C Porto o segundo está empenhadíssimo em condicionar e banir outras candidaturas em benefício próprio. Mas atenção: o prenúncio da candidatura de José Eduardo Moniz funcionou como uma guilhotina para LFM, agora, mais do que nunca, sabe perfeitamente que há alguém à altura de assumir os destinos do Benfica e, uma personalidade capaz de mobilizar a massa associativa e os sócios.
Nota: o Benfica pode porventura fazer uma boa época, pois, o Jorge Jesus é um óptimo treinador, ambicioso, determinado, confiante e um conhecedor profundo do futebol português. O Benfica tem sido o clube português que mais tem crucificado os treinadores, por isso, é curioso a singularidade de LFP estar refém de Jesus.
Cui spes omnis pendet ex fortuna, huic nihil potest esse certi [Cícero] – Para quem toda esperança depende da sorte, nada pode haver de certo.