quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Vitória histórica

Ontem Portugal conquistou uma vitória histórica frente à selecção campeã europeia e mundial em título, além do volumoso resultado – Portugal 4 – 0 Espanha – a nossa selecção jogou um futebol de altíssima qualidade, ofuscando por completo o seu adversário. A certa altura parecia que estávamos a jogar contra uma selecção de Andorra ou do Luxemburgo e não contra a melhor selecção mundial.
Escrevi neste espaço que no último campeonato do Mundo, Portugal fez o que podia, cumpriu os serviços mínimos e apenas foi eliminado pela Espanha na segunda fase com um golo irregular: a minha opinião mantém-se.
 
Para os mais entusiastas o jogo de ontem à noite lançou novamente a polémica como Carlos Queiroz conduziu (ou não) a selecção das Quinas no mundial de África do Sul, e “certificou” a qualidade de Paulo Bento. É verdade que alguns jogadores do núcleo duro da Selecção Nacional não estavam com Carlos Queiroz e isso prejudicou a equipa e, também é verdade que Carlos Queiroz teve algumas opções grotescas.
Mas, contra factos não há argumentos, Paulo Bento colocou a selecção a jogar um futebol atractivo e de grande qualidade e com Carlos Queiroz a selecção foi bastante intermitente.
Para os mais optimistas que acham que Portugal devia ser campeão mundial ou europeu, não se esqueçam que o jogo de ontem à noite não foi a sério, foi um particular, e tenho sérias dúvidas que se o jogo fosse a “doer” a Espanha jogasse daquela maneira.
No entanto, reconheço mérito nos jogadores e no seleccionador, e por isso estão todos de parabéns pelo brilharete.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Um caso Kafkiano!

Carlos Queiroz foi acossado de forma torpe e empurrado para fora da selecção nacional na tentativa de justificar um despedimento sem fundamentação, um verdadeiro caso Kafkiano.
A prestação portuguesa no último mundial de futebol na África do Sul dignificou o país e seria muito difícil alcançar melhores resultados com estes jogadores. Bem sei, que há muito boa gente – mal habituada – que impunham uma outra classificação; à imagem das últimas participações em eventos internacionais. Mas, a Selecção Nacional não tem os mesmos jogadores de outros anos e, os que permaneceram estão numa fase descendente das suas carreiras. Para além disso, Portugal foi eliminado pela selecção espanhola (campeã mundial) com um golo irregular.
No entanto, isto não significa que concorde com todas as opções de Carlos Queiroz, houve opções totalmente insólitas que cabia um evidente esclarecimento: por exemplo o desordenado processo da convocatória – já referida em crónica anterior – ou, a adaptação de Ricardo Costa a lateral direito estando no banco Paulo ferreira e Miguel; a chamada de Pepe – sem competir durante vários meses –; uma relação tensa com alguns jogadores.
Carlos Queiroz era – e é – a pessoa indicada para reformar o futebol português, alguém que tem capacidade para semear futuros craques e relançar as selecções jovens no primeiro plano do futebol mundial.
Mas as opiniões contrárias também são válidas e legítimas.
Se a FPF após o Campeonato do Mundo entendeu que este seleccionador não servia os interesses da Selecção Nacional havia somente uma solução: rescindir o contrato pagando a respectiva indemnização que acordou, honrando assim, os compromissos como uma pessoa colectiva de bem que deve ser.
Infelizmente não tem sido essa a conduta da FPF, e quem sai prejudicado de todo este processo é Portugal, sobretudo quando se apresenta juntamente com Espanha à candidatura do Mundial de 2018 ou 2022 – outra imbecilidade de Madail e deste Governo.
É evidente que houve uma urdidura para afastar Carlos Queiroz da Selecção Nacional por membros da FPF – Amândio de Carvalho e companhia – e outros do Governo – Laurentino Dias e companhia – com a conivência da ADOP, tudo isto para despedir um seleccionador! Um país civilizado da União Europeia comporta-se com um país da América Latina por causa de um seleccionador!
Com centenas de páginas saídas à estampa nestas últimas semanas de libelo e depreciação contra Carlos Queiroz, não há nenhuma acusação de incompetência técnica, que seria a justificação primeira para o seu despedimento.
É verdade que Carlos Queiroz se pôs a jeito e escorregou em todas as cascas de banana que lhe colocaram no caminho, a entrevista ao semanário Expresso é disso um exemplo.
Se Portugal fosse campeão do Mundo haveria algum processo contra o seleccionador?
Obviamente que não!
Neste momento está em risco a qualificação para o próximo europeu e a culpa não é certamente de Carlos Queiroz.
Mourinho na Selecção Nacional por dois jogos
José Mourinho será uma boa solução para orientar os próximos dois jogos da Selecção Nacional? Penso que sim.
É preciso perceber que para Portugal estar presente no próximo Campeonato da Europa 2012 é imperativo vencer os dois próximos jogos, vejamos porquê: a fase de qualificação tem oito jogos, Portugal jogou dois onde averbou um empate e uma derrota, perdendo assim cinco pontos; ora, os próximos dois jogos realizam-se contra a Dinamarca (8 de Outubro) e Islândia (12 de Outubro) – depois destes dois encontros Portugal joga em Junho do próximo ano. Logo, estamos em contagem decrescente e faltam apenas 25 dias para o primeiro desafio. Acresce ainda, que a FPF vai para eleições no final deste ano ou inicio do próximo. Fará sentido contratar apressadamente um seleccionador estando prevista eleições para novos corpos dirigentes? Penso que não.
José Mourinho é o melhor treinador do mundo e tem todas as condições de vencer os próximos dois jogos. Em primeiro lugar, galvanizava os Portugueses no apoio à selecção, sendo um nome que não sofre contestação, chamava a si todo o apoio da nação transferindo e focalizando todas as energias e atenções para os adversários. Em segundo lugar, José Mourinho conhece muitíssimo bem os jogadores da Selecção Nacional, pois, trabalha ou trabalhou com quase todos eles (Ricardo Carvalho, Pepe, Pedro Mendes, José Bosingwa, Helder Postiga, Hugo Almeida, Raul Meireles, Tiago, Cristiano Ronaldo, etc.), tirando enorme rendimento desportivo de todos eles.
É uma aposta de risco para Mourinho, todavia, é igualmente um enorme desafio, pois Mourinho significa sucesso. Tenho dúvidas se o Real o libertará.

Qui bene legit, multa mala tegit – Quem escolhe bem, evita muitos enganos.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Já só digo aquilo que sinto

Esta primeira frase deve chegar ao meu leitor um pouco desconchavada, admito que sim. Na verdade não estou em condições de escrever seja o que for.
Hoje é um dia particularmente infausto para mim, na verdade acaba de embarcar para a viagem do infinito um grande amigo. Uma pessoa que muito admirava – e admiro -, sempre de bem com a vida. Tínhamos uma relação muito cúmplice, por vezes dispensávamos o palavreado para nos comunicarmos, bastava um simples olhar cúmplice, e a sua partida deixa uma marca indelével na minha alma.
Sempre que estávamos juntos dizia-me com um sorriso rasgado: “já só digo aquilo que sinto”, que não é o mesmo que “já só sinto aquilo que digo”. Esta simples disposição gramática era um bom mote para duas ou três horas de conversa. Íamos da epistemologia da palavra, passando pela filosofia, trocávamos impressões sobre as ideias políticas, abríamos a porta grega e trocávamos umas impressões em Latim e, acabávamos quase invariavelmente na religião. Fazíamos um périplo sobre as ideias da Humanidade e da condição humana, apesar de haver muitos pontos em que divergíamos, era sem dúvida aquilo que concordávamos que nos unia, e já sinto a alma trémula de saudade.
Este meu enorme amigo funcionava quase como um mentor, tínhamos uma relação de professor/aluno, mestre/discípulo, sabedoria/aprendiz.
Resta-me o consolo de saber que teve uma boa vida e que foi feliz, tinha um enorme orgulho justificado no seu filho Ricardo Velosa, também ele um grande amigo em que endereço desde já um abraço do tamanho do mundo, e que estou aqui para o que der e vier.

Um grande beijo e abraço de amizade para o meu amigo Alberto Velosa.
Um descanso eterno.

PS – haverá temas sem fim, para discutirmos na eternidade…

Re fruere ut natus mortalis; dilige sed rem tamquam immortalis [Stevenson 1832]. Goza dos teus bens como mortal, mas ama-os como se fosses imortal.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Mundial de futebol 2010

Dentro de poucas horas começa o maior evento desportivo a nível mundial, obviamente que me estou a referir ao Campeonato do Mundo de futebol, este ano organizado pela África do Sul.
O burburinho generaliza-se um pouco por todo o mundo: as apostas, os prognósticos, as expectativas, as conversas nos cafés, nos corredores de escritórios, nos táxis, nos aeroportos, enfim, durante um mês as conversas versam particularmente sobre futebol.
Em relação à nossa selecção, as opiniões dividem-se entre o sucesso e o fracasso, entre a final e o baque na fase de grupos.
Compreendo os optimistas e aceito os pessimistas. Os primeiros habituaram-se desde o Euro 2004 a grandes participações da nossa selecção; os segundos desconfiam de Carlos Queiroz, do futebol desgarrado que a nossa equipa tem vindo a evidenciar desde a fase de qualificação até ao jogo com Moçambique e, acima de tudo, porque estes jogadores não têm a mesma qualidade que em anos anteriores. Por exemplo: vamos ver nos relvados o velho Deco ou o Deco velho? Depois, há ainda os cépticos, onde me incluo, que por natureza recusam o pessimismo, mas não têm motivos nenhuns para optimismos. Julgo sinceramente que se Portugal passar a fase de grupos atinge um bom nível de participação. Pedir mais não é um objectivo, é uma utopia.
Tenho defendido por diversas vezes Carlos Queiroz, deu muito ao futebol português, devemos a ele grandes sucessos da nossa selecção e o aparecimento de grandes jogadores com uma mentalidade de vitória. No entanto, tem cometido alguns erros infantis – adaptar sistematicamente jogadores a posições diferentes das que jogam nos seus clubes por exemplo – e outros incompreensíveis como o processo da convocatória para o Mundial, convocando 50 jogadores criando expectativas nos rapazes, depois reduziu o grupo para 24 onde, entre eles, um jogador que não estava na primeira convocatória, enfim, uma trapalhada completa.
Estas hesitações mostram claramente um Carlos Queiroz nervoso e pouco seguro. Espero, francamente, que no seio da selecção os sentimentos e os laços de união sejam diametralmente opostos à percepção do exterior.
Deixo-vos o meu prognóstico para este mundial.
Principais favoritos a vencer a competição: Holanda (julgo que vai vencer), Espanha e Inglaterra; numa segunda linha temos Brasil, Alemanha e Itália e depois há os outsiders como a Argentina e a França, têm excelentes jogadores e péssimos seleccionadores.
Do lado das surpresas aposto na Suíça.
Que vença o melhor!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

André Villas-Boas no F.C. Porto

Está confirmado! O jovem treinador André Villas-Boas vai ser mesmo o próximo treinador do F.C. Porto, sucedendo assim o Prof. Jesualdo Ferreira inexplicavelmente bastante depreciado pelos sócios e simpatizantes.
A opinião pública e os principais comentadores da praça foram unânimes em proclamarem Jorge Jesus (Benfica) e Domingos Paciência (Braga) como os melhores treinadores da última temporada. Se é verdade que o primeiro foi campeão e colocou o Benfica na senda das grandes exibições, o segundo conquistou a melhor classificação de sempre do Braga. Não fosse o recorde de pontos conquistados na liga pelo Benfica o Braga seria campeão; e o que fica para a história são os pontos e não as minudências. Mas eu tenho memória, e a verdade é que o Braga obteve inúmeras vitórias com imensos erros de arbitragem, mas adiante.
Pois eu sou da opinião que André Villas-Boas foi também dos melhores técnicos da liga. Pegou na Académica em último lugar (previa-se a descida de divisão), mas rapidamente colocou a Académica fora da linha de água e fez uma temporada tranquila. O Primeiro jogo de Villas-Boas foi contra o F.C Porto, com pouco mais de uma semana de trabalho viram-se imensas melhorias. O jogador que detinha a bola tinha sempre duas linhas de passe, isto é, havia sempre dois colegas desmarcados prontos a receber a bola, isto é trabalho de treinador a sério (ao contrário de Paulo Bento que teve quatro anos no Sporting e os jogadores atropelavam-se mutuamente).
Quando Paulo Bento saiu do Sporting, anunciei que Villas-Boas seria uma excelente contratação e fui bastante criticado. Passados alguns dias o Sporting tentou mesmo a sua contratação com uma proposta a rondar um milhão de euros, mas a Académica recusou. Gorada a ida para o Sporting tive a forte convicção (Outubro ou Novembro de 2009) que Villas-Boas seria o futuro técnico do F.C. Porto, desta vez fui visceralmente glosado, estava ao nível de um atrasado mental.
Os clubes do nível da Académica têm um orçamento anual a rondar um milhão e meio a dois milhões de euros. Como seria possível um clube desta dimensão recusar uma proposta de um milhão de euros quando, no final da época o treinador poderia sair a custo zero?
A resposta é simples: teria de haver uma ressalva para a Académica, como o Benfica estava bem servido com Jorge Jesus, o estrangeiro ainda é cedo para Villas-Boas, seria bastante verosímil a ida para o Dragão.
Houve quem vaticinasse Domingos Paciência e Paulo Bento como possíveis treinadores para o F.C. Porto. Desenganem-se, o primeiro é um treinador razoável mas não para um Grande, quanto ao segundo é uma anedota, até agora ninguém o quis.
Um dos problemas dos mídia em Portugal é que as opiniões se vão repetindo sucessivamente, alguém opina e outros ressoam essas opiniões, demitindo-se do mais elementar para se opinar – o pensamento.
Por tudo o que aqui foi escrito, claro que a contracção do jovem técnico para o F.C. Porto foi uma grande contratação. Parece-me evidente que na próxima temporada vamos ter um Benfica e um F.C. Porto ao mais alto nível.

José Mourinho

José Mourinho mais uma vez conquistou um tríplice (campeonato, taça e liga dos campeões), já o fizera no F.C. Porto e esteve muito perto de o conseguir no Chelsea. É de facto um treinador singular, e como português sinto orgulho que tenhamos um treinador arrojar-se a ser um mito da História do futebol mundial, suplantando nomes lendários como Rinus Mitchel, Johan Cruijff, Béla Guttmann, Franz Beckenbauer, Fabio Capello entre outros.
Apesar de alguns críticos caíram-lhe em cima, acusando-o de utilizar uma estratégia ultra defensiva, e que as suas equipas praticam um futebol pouco vistoso, não deixo de notar que isso é um perfeito disparate, são puros dislates. Mourinho ganha porque consegue tirar maior partido dos seus jogadores alicerçados na ambição de vencer, e pô-los a jogar para um objectivo comum de vitória.
Mais uma vez, não duvido do seu sucesso nesta sua nova etapa no Real Madrid.
Parabéns Mou!

domingo, 16 de maio de 2010

Parabéns!

Parabéns ao meu filho Rodrigo pelos cinco meses de vida e, pela sua coragem, força e perseverança.



Cinco meses e cinco Luas
São o tempo de um caminho arrojado
Entre a vida e morte
Um havia desanimado

A tormenta acabou
Para trás ficaram ondas de destruição
Assim a porta da morte se fechou
E a Lua assinala o caminho da navegação

Toma o caminho de regresso
Que a tempestade acabou
Agarra-te à barca sem medo
Que o Adamastor abalou

Avista ao longe uma ilha
Olha que não é miragem
Olha que não é alucinação
É o teu porto de abrigo
Que te acolhe da viagem
E te estende o coração.




segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Agradecimento enternecido

Fui pai pela primeira vez no dia 16 de Dezembro de 2009 e foi a maior alegria da minha vida.
No entanto, após o parto, o meu filho Rodrigo, através do líquido amniótico apanhou uma pneumonia congénita, não respirava sem a ajuda de um ventilador. Esteve internado no UCIN – Unidade Cuidados intensivos Neonatais – do Hospital da Dona Estefânia treze dias.
Durante quase duas semanas fiz a minha vida praticamente no Hospital, foram dias difíceis. O mundo fora do UCIN ficou suspenso, parou, uma sensação estranha que não consigo descrever.
É de coração comovido que agradeço o imenso apoio vindo de todos os lados, desde a hora do nascimento do Rodrigo até à sua recuperação.
Um agradecimento muito especial para toda a equipa do UCIN, desde médicos, enfermeiros, auxiliares e administrativos, todos eles sem excepção foram inexcedíveis na sua competência e disponibilidade para com o meu filho – e todos os outros –, o meu eterno agradecimento.
Um pedido de desculpa às muitas dezenas de chamadas às quais não consegui responder.

Endereço-vos o meu agradecimento entardecido e aqui deixo algumas fotos do Rodrigo.