quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Inferno da Luz Vs Red Devils

O jogo de hoje à noite entre o Benfica e Manchester United recorda os grandes clássicos do futebol europeu e mundial. Mas Benfica e Man United têm hoje concepções muito diferentes de encararem a indústria do futebol moderno.
O meu Benfica é francamente mais pobre financeiramente e em termos de mercado de merchadising; vive de um passado glorioso é certo, e que muito honra a família benfiquista, mas que não tem correspondência com a realidade desportiva. Ao contrário, o Man United apesar dos pergaminhos históricos inventou-se depois da Taça dos Campeões europeus mudar de formato para a Liga dos Campeões.
Esta noite, apesar do meu Benfica ter dado uma boa réplica ao Gigante mundial, manifestou claramente que não tem vitalidade para vencer o Man United. Por isso: o meu Benfica tem um passado e um discurso desfasado da realidade.
Esta noite, na Catedral da Luz acredito sinceramente que as hostes benfiquistas tenham ficado entusiasmadas com um empate caseiro frente ao maior clube inglês da actualidade. Ainda me lembro de estar no velhinho estádio da Luz em que os jogos europeus jogavam-se com o imperativo de vitória; independentemente do adversário.
Não me venham com a lábia da sorte e do azar: o azar é uma má desculpa para os débeis e a sorte é uma bela desculpa para desprestigiar quem é melhor e mais competente.
Eu bem tento racionalizar o futebol, mas não vale a pena porque o futebol é exactamente o contrário da racionalidade; por isso escrevo estas linhas sobre o efeito da comoção do empate do meu clube.
Apesar do empate aziago, acredito declaradamente que o meu Benfica só não passa a fase de grupos da Liga dos Campeões se for brutalmente incompetente.

Ser Benfiquista…



domingo, 4 de setembro de 2011

Trilhar um rumo para Portugal

Esta semana quando todos esperavam que Vítor Gaspar comunicasse cortes na despesa da máquina do Estado, ele anuncia mais agravamentos fiscais para os escalões de IRS mais elevados, e claro, as críticas fizeram-se sentir de forma impiedosa.

Portugal pediu ajuda externa porque foi incapaz de se governar e não tomou as medidas que deviam ter sido tomadas.

Recusou a crise até ao limite do intolerável e deu no que deu. Agora, há que reverter todo o paradigma económico e social do país para não onerar ainda mais as gerações vindouras. É imperioso reverter a tendência do aumento do deficit e conquistar a credibilidade dos credores e, acima de tudo, inverter este quadro de descrença, amorfo e de tristeza nacional; custe o que custar, goste-se ou não se goste, não há volta a dar. É como uma família que tenha um rendimento de 2500€ e gaste mensalmente 3000€, mais cedo ou mais tarde não terá capacidade para poder honrar os seus compromissos. Portanto, ou reduz a despesa ou aumenta o seu rendimento, é esta a realidade dos números.

Nos próximos meses vai haver manifestações de rua, a pressão sobre este Governo vai fazer intensificar-se e o Partido Comunista mobilizará milhares de pessoas nas ruas. Portanto, Pedro Passos Coelho e Vítor Gaspar vão passar pela provação da ira dos manifestantes.

O pior que este Governo poderá fazer é recuar perante a rua, é capitular o seu programa perante o descontentamento das massas. Até porque, manifestações com trinta, quarenta, sessenta ou cem mil manifestantes não são a larga maioria dos Portugueses. É um enorme equívoco pensar-se que os mais acérrimos descontentes representam a vontade popular ou que falam em nome do povo português.

Portugal vive hoje uma situação única para poder “mudar de vida”. Este Governo pode – e deve – implementar um choque liberal capaz de sacudir o mosquedo da manjedoura dos recursos do Estado.

Os Portugueses só viverão melhor se Portugal crescer economicamente. Para isso temos de criar condições de atrair capital estrangeiro, é necessário um grande investimento da parte do Estado em sectores que possam substituir importações, nomeadamente a agricultura e as pescas; e acima de tudo, uma classe empreendedora disposta a assumir riscos, e isso só será possível com a credibilização das instituições do Estado e da Administração Pública.

Os Portugueses não devem recear esse choque liberal, devem antes, recear a falta dele e o marasmo e a inércia em que o país se encontra.

Este Governo apresentou-se às eleições com um conjunto de propostas de cariz liberal e o povo confiou-lhe o poder para implementar esse programa.

Claro que estas medidas são apenas uma parte da moeda. Pois será absolutamente necessário que este Governo reduza a despesa corrente do Estado. E estou sinceramente convencido que vai fazê-lo de forma pensada e equitativa. Pedro Passos Coelho rodeou-se de pessoas competentes, desapegadas do poder, pessoas de sucesso nas mais diversas profissões; rodeou-se de pessoas que pouco têm a ganhar com a vida política.

Depois do 25 de Abril PS e PSD alternaram o poder. Ora, Portugal precisa que os partidos do arco do poder apresentem programas diferentes e verdadeiramente alternativos, que valha a pena escolher um ou outro, que não sejam iguais. Por isso disse à pouco que Portugal vive hoje uma situação única para poder “mudar de vida”.


Cui spes omnis pendet ex fortuna, huic nihil potest esse certi [Cícero] – Para quem toda esperança depende da sorte nada pode haver de certo.