quarta-feira, 13 de junho de 2012

Dia D para a Seleção Nacional

A última conferência de imprensa do selecionador nacional foi lastimável. A postura arrogante adotada durante a conferência, a forma como respondeu a jornalistas estrangeiros, e a réplica que deu às críticas (legítimas) de ex-companheiros, nomeadamente, Rui Costa e Figo, foi um espetáculo lastimável que enaltece a medíocre de Paulo Bento.
Falta-lhe quase tudo. Capacidade de liderança, clareza no discurso, resistência à crítica, e capacidade de comunicação.
A seleção Nacional tem ótimos jogadores (ainda que alguns tenham ficado de fora), e é uma pena que talentos como Cristiano Ronaldo e Nani estejam sob o comando desta personagem absolutamente anedótica. Estes jogadores estão a ser vítimas da incompetência e impreparação deste selecionador.
Hoje vai ser um dia decisivo para a continuidade de Portugal no torneio. Todavia, logo à tarde quando o jogo começar serei um apoiante incondicional da seleção portuguesa, sobretudo por causa dos jogadores.
Alguns comentadores e certa comunicação social indigna-se com as críticas dirigidas à Seleção Nacional, como se esta estivesse acima da crítica. Outros, por ignorância ou veneração, confundem a Seleção Nacional com Portugal, o que na minha opinião é um erro grosseiro que revela enorme imprecisão e mistura de conceitos e sentimentos de pertença.
Sou um orgulhoso português e sempre defendi os meus compatriotas em Portugal e por toda a diáspora, mas não me identifico em nada com os responsáveis desta seleção.
Independente do resultado, uma coisa será certa: amanhã será outro dia e o sol radioso que ilumina Portugal voltará a sorrir aos portugueses, porque Portugal tem oitocentos anos de História e é a essa pertença que eu me identifico totalmente.



Não há outro pecado além da estupidez

Óscar Wilde

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Seleção Nacional e o Euro 2012

Manuel José aos microfones da rádio TSF criticou intensamente a forma como os responsáveis da Seleção Nacional estão a preparar o Campeonato da Europa na Polónia e Ucrânia. Estou completamente de acordo e vou mais longe: temos todos os ingredientes para uma das piores prestações em campeonatos europeus.
O selecionador Paulo Bento não tem classe como treinador, nem tão-pouco, tem carisma como líder. A forma como tem vindo a tratar alguns jogadores é disso um exemplo paradigmático (Ricardo Carvalho, Bosingwa, Hugo Viana, etc.).
Portugal é a única seleção do grupo que nunca foi campeã da Europa, e tem duas delas que são crónicas candidatas a vencer qualquer competição: a Holanda e a Alemanha.
Os dois últimos jogos de preparação causaram pasmo e preocupação, não tanto pelos resultados, mas pela falta de entrosamento dos jogadores e uma péssima gestão dos recursos.
Os jogos de preparação devem servir para a provável equipa titular ganhar mecanismos para limar e fazer os acertos necessários para a competição. Estes jogos devem ser levados mais a sério, não em termos de ímpeto físico, mas nas movimentações dos jogadores, passe, desmarcação, acerto nas marcações dos adversários e não uma feira de vaidades que se dá minutos a um e a outro, para quê?
Todos estes jogadores são titulares nos seus clubes, acabaram de fazer épocas longas, têm muitos jogos nas pernas, não precisam por isso de minutinhos. A preparação da seleção deve ser encarada com maior seriedade e profissionalismo. Quanto mais a equipa estiver entrosada, mais fácil será um ou outro jogador integrar-se na dinâmica da equipa.
Sendo um homem bastante otimista na vida, não tenho motivos nenhuns para estar otimista em relação à Seleção Nacional.

PS – Somos um povo com enorme paixão pelo futebol e pela Seleção Nacional e este tipo de eventos causam sempre enorme impacto na autoestima dos portugueses, sobretudo num momento tão difícil para o nosso país. Causa-me por isso enorme perplexidade que a Federação Portuguesa de Futebol é a mais dispendiosa de todas as equipas do euro em hotéis, estágios, restaurantes, etc. É um mau presságio tanta luxúria e volúpia em contraste com as dificuldades diárias por que passam os nossos cidadãos lusos.

Cras alia evenient [Branco] – Amanhã acontecerão coisas diferentes.