sexta-feira, 20 de julho de 2012

O desaparecimento de um exemplo

Foi com tristeza e consternação que Portugal recebeu hoje a notícia do desaparecimento do Prof. José Hermano Saraiva. Há poucos anos dizia Júlio Isidro que José Hermano Saraiva tinha tantos anos de televisão como tinha a televisão de vida em Portugal. De fato, desde muito pequeno que me lembro dos seus programas sobre a nossa História, julgo que visitou todos os trezentos e muitos conselhos de Portugal durante mais de quarenta anos. Comunicador exímio, inteligente e arguto, cultíssimo e humilde, José Hermano Saraiva foi (continuará a ser…) uma das principais figuras públicas que mais admiro e vou continuar a admirar.
Teve uma vida cheia, foi um brilhante advogado, ministro da Educação do Estado Novo, embaixador de Portugal no Brasil mas foi sobretudo, como apresentador / comunicador, escritor e historiador que se destacou.
A sua obra, o seu legado continuarão perenes para as gerações vindouras e são uma fonte inesgotável e preciosa de conhecimento sobre o nosso país e a forma de ser português, com todas as qualidades e defeitos, mas acima de tudo, singulares.
Outro fato que acho excecional é nunca se ter ouvido uma única crítica de desonestidade, para quem passou tantos anos nos meios mediáticos e fez a transição da ditadura para a democracia é notável, e percebe-se que estamos perante uma personalidade absolutamente invulgar e de grande caráter.
 
Onde quer que esteja, envio-lhe um grande abraço e um muito obrigado pelas imensas coisas que nos ensinou.
In otio cum dignitate [Cícero] - No descanso com dignidade.