Foi com tristeza e consternação que Portugal recebeu hoje a
notícia do desaparecimento do Prof. José Hermano Saraiva. Há poucos anos dizia
Júlio Isidro que José Hermano Saraiva tinha tantos anos de televisão como tinha
a televisão de vida em Portugal. De fato, desde muito pequeno que me lembro dos
seus programas sobre a nossa História, julgo que visitou todos os trezentos e
muitos conselhos de Portugal durante mais de quarenta anos. Comunicador exímio,
inteligente e arguto, cultíssimo e humilde, José Hermano Saraiva foi (continuará
a ser…) uma das principais figuras públicas que mais admiro e vou continuar a
admirar.
Teve uma vida cheia, foi um brilhante advogado, ministro da
Educação do Estado Novo, embaixador de Portugal no Brasil mas foi sobretudo, como
apresentador / comunicador, escritor e historiador que se destacou.
A sua obra, o seu legado continuarão perenes para as
gerações vindouras e são uma fonte inesgotável e preciosa de conhecimento sobre
o nosso país e a forma de ser português, com todas as qualidades e defeitos,
mas acima de tudo, singulares.
Outro fato que acho excecional é nunca se ter ouvido uma única
crítica de desonestidade, para quem passou tantos anos nos meios mediáticos e
fez a transição da ditadura para a democracia é notável, e percebe-se que
estamos perante uma personalidade absolutamente invulgar e de grande caráter.
Onde quer que esteja, envio-lhe um grande abraço e um muito
obrigado pelas imensas coisas que nos ensinou.
In otio cum dignitate [Cícero] - No descanso com dignidade.