quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Pedro Emanuel no Porto!

Escrevi neste espaço que o F.C Porto de André Villas-Boas podia ser um candidato a vencer a próxima Liga dos Campeões com o mesmo nível competitivo da época anterior, assegurando os melhores jogadores.
Ainda mantenho essa convicção.
Todavia, a saída de André Vilas Boas para o Chelsea foi claramente um revés no que se adivinhava ser mais uma época de glória para os Dragões.
Pinto da Costa jamais equacionou perder o seu treinador a uma semana de começar oficialmente a nova temporada. O desejo de Villas-Boas e a cláusula de rescisão milionária foram insuficientes para mantê-lo ao serviço do clube. As libras e a vontade do técnico driblaram e manietaram os responsáveis do F.C. Porto, ainda assim, significou um encaixe financeiro que nenhum outro clube do mundo jamais recebera por um treinador.
A promoção do adjunto Vítor Pereira a treinador principal e o valor da cláusula de rescisão foram recebidos com surpresa e desconfiança.
E isto aflora dois aspectos que gostaria de expor: quando os números dois passam a número um e a ideia de que treinar o F.C. Porto é uma tarefa facilitada pelo apoio da estrutura e, portanto, qualquer treinador tem sucesso.
Ora, salvo raras excepções, a promoção de um número dois a número um numa equipa, numa empresa, etc. pode ser perniciosa. Ou é alguém com inegáveis qualidades de liderança – manifestamente não se aplica a Vítor Pereira – ou seguramente será sempre encarado pelos subordinados como adjunto e nunca como um verdadeiro líder e, por isso, raramente consegue impor a sua autoridade e respeito da equipa. Pinto da Costa não dá ponto sem nó e sabia os riscos que corria. A inusitada cláusula de rescisão foi um golpe de teatro para não passar a ideia que estaria a prazo.
Vítor Pereira é a prova cabal que treinar o F.C. Porto não garante sucesso. É imprescindível ser-se competente em diversos domínios (técnico, táctico, motivacional, liderança, gestão de recursos, gestão de expectativas e frustrações, etc.), acresce ainda, a dificuldade de lidar com “miúdos” ricos e imaturos, particularmente no futebol de altíssima competição. Mesmo com sobressaltos de resultados, a equipa está na liderança do campeonato e ainda pode passar a fase de grupos da liga dos Campeões.
O F.C. Porto é um Case Study na mestria de recrutamento, promoção e valorização de jogadores e treinadores, sendo o clube que mais e melhor vende na Europa, encaixou perto de 500 milhões de Euros nos últimos oito anos, é obra! Portanto, não vejo como possa ser possível este clube cometer erros tão primários, e de facto, não os cometeu.
Quando Villas-Boas deixou o clube pensei que Pedro Emanuel seria a melhor escolha para o substituir, mas o timing não era o melhor. Se tivesse no lugar de Pinto da Costa teria feito exactamente o mesmo: apostando por um lado na continuidade sem grandes rupturas nem sobressaltos; mesmo sabendo os riscos que a promoção de um adjunto a principal acarreta. E dando espaço por outro a Pedro Emanuel de crescer como técnico principal formando e liderando a sua própria equipa para poder ganhar mais calo e preparar um regresso desejado. O bom trabalho em Coimbra causa perplexidade apenas para os distraídos.
Posto isto, antevejo um regresso de Pedro Emanuel, para a próxima época ou mesmo na reabertura do mercado.

PS- Boa sorte ao F.C. Porto para logo à noite. Somente uma vitória pode manter ainda a chama acesa para a próxima fase Liga dos Campeões.

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