O impensável aconteceu! A um passo da glória o Benfica mergulhou
num inferno de frustração e insucesso. Tão próximo de conquistar três troféus perdeu
no Dragão com o F.C. Porto nos descontos (um empate servia para ser campeão),
perdeu a Liga Europa com o Chelsea nos descontos e perde a final da Taça de
Portugal com o Vitória de Guimarães sofrendo dois golos em dois minutos de
forma inacreditável. A tudo isto, alastram-se problemas de indisciplina e
contestação ao treinador Jorge Jesus, culminando com a reação descontrolada de
Cardozo no final da taça de Portugal. Portanto, é normal a contestação dos
sócios e dos benfiquistas sobre a continuidade de Jorge Jesus no comando
técnico.
Na anterior crónica defendi que o Luís Filipe Vieira devia
ter anunciado a renovação com Jorge Jesus antes da final da Liga Europa, de
forma a exercer uma liderança pró-ativa transpondo para a equipa um sinal de
continuidade e estabilidade. As declarações à impressa após o jogo do Chelsea
respondendo a uma pergunta de um jornalista sobre a continuidade de Jesus, LFV
respondeu:”…se calhar não são dois mas quatro anos de contrato…”. Ora, LFV tem
cerca de 18 anos de dirigismo desportivo, ainda assim, teima em não acertar os
momentos certos para se expor à imprensa nem tão-pouco escolher o timing
emocional para proferir declarações.
Mas este é o momento certo para tomar decisões e fazer uma
análise dos últimos quatro anos de reinado de Jorge Jesus, com a coragem e
objetividade. Contrariamente à corrente da maioria, eu apoio a continuidade de
Jorge Jesus (gostaria que LFV tivesse a coragem de o manter).
O Benfica tem uma estrutura amadora e incompetente, tem sido
o Jorge Jesus a “dar o peito às balas” e encurtou enormemente a diferença de
performance entre Benfica e Porto. Normalmente, quando as coisas vão de feição
LFV chama a si o protagonismo e os créditos do sucesso, mas quando corre menos
bem os (ir)responsáveis escondem-se nas costas do Jorge Jesus.
É evidente que JJ cometeu muitos erros, provavelmente não
cometerá tantos no futuro, mas há determinados aspetos que são desconhecidos do
grande público como por exemplo: qual é a responsabilidade do treinador na
escolha do plantel? Qual o critério das aquisições e vendas? Por que motivo o
treinador tem de adaptar constantemente jogadores a outras posições?
A época do Benfica teve um final trágico, mas ainda assim,
não tenho nenhumas saudades da era antes de Jesus, não tenho saudades nenhumas dos
tempos de Fernando Santos, Camacho ou Quique Flores. Claro que há muitos bons
treinadores para treinar o Benfica, mas eu gostaria de ver o Jorge Jesus mais
uma época, com o apoio desta direção e acertos no plantel.
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