O jogo de sábado à noite (11/05/2013) entre o F.C. Porto e Benfica
no Dragão não foi um grande espetáculo, mas foi dos mais emocionantes dos últimos
anos do futebol português. E percebe-se porquê: o F.C. Porto teria forçosamente
de vencer esta partida para poder ser campeão dependendo de si próprio, relativamente
ao Benfica, a vitória resolveria definitivamente a questão do título. O empate
levaria a decisão final para a última jornada: onde os Dragões vão jogar a Paços
(com a pré-eliminatória da Champions garantida) e o Benfica recebe o Moreirense
que precisa desesperadamente de um ponto para ficar no escalão maior do futebol
português.
Ora, facilmente se percebe que a derrota do Benfica foi como
entregar o título de bandeja ao F.C. Porto, embora o Benfica ainda tenha cerca de
30% de hipóteses de vencer o campeonato se: vencer o Moreirense em casa e o F.C.
Porto não vencer na Mata Real o sensacional Paços de Ferreira.
Não vou falar das opções do jogo do Dragão, porque o meu coração
vermelho impede a assertividade e objetividade desta crónica. Por outro lado, se
o Benfica não perde o jogo no Dragão e de forma tão dramática, seguramente que todos
os jornais e a blogosfera capitularia em calorosos elogios ao Benfica, à sua estrutura,
equipa técnica e jogadores.
O motivo desta crónica é outro: é como deve reagir o líder
do Benfica Luís Filipe Vieira num momento tão delicado como este? Em que o fantasma
do Peseiro no Sporting assola a nação benfiquista, em que o limite da glória e
do fracasso é tão ténue que se desfaz num simples sopro sem aviso prévio!
Nestas últimas quatro épocas critiquei de forma veemente as opções
e gestão dos recursos do treinador Jorge Jesus, esta, terá sido porventura a época
em que menos o critiquei. O Benfica não tem um plantel suficientemente equilibrado
para disputar todas as provas, mormente a Liga portuguesa e uma competição europeia.
A estrutura do Benfica encabeçada pelo seu presidente, voltou
a cometer os mesmos erros de épocas anteriores, começaram a dar entrevistas demasiado
cedo, reservou-se as faixas cedo demais e Vieira protelou a situação contratual
de Jesus apesar das afirmações inócuas que “Jorge Jesus é o meu treinador…".
Na quarta-feira o Benfica pode vencer uma competição europeia,
e isso é fazer História num clube.
Este é um momento de afirmação (ou não) da liderança de
Vieira. O presidente devia viajar com todo o staff para disputar a final em Amsterdão com a renovação do Jorge Jesus
resolvida. Seria um ato de liderança e uma mensagem muito forte para todo o grupo
trabalho, e um sinal inequívoco de confiança; porque as palavras “Jesus é o meu
treinador…” são tão válidas agora, como a dispensa dos seus serviços após o
jogo contra o Chelsea.
Sem comentários:
Enviar um comentário