sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Fora de Horas – Roteiro de Sintra

Apesar de esta crónica ter sido escrita em 2005, decidi inclui-la neste blogue por ser a primeira que escrevi. Uma rubrica denominada “Fora de Horas”, da revista “Boom” do grupo SonaeCom.

«Pois é, o verão chegou, e este ciclo da natureza vem de mão dada com as noites quentes e as brisas do sul, que alegria de ser português e viver em Portugal.
Para quem ainda não está de férias ou não foi para fora deixo o caminho aberto para uma «viagem no tempo» até à Vila e Serra de Sintra situada a 30 quilómetros de Lisboa. Classificada pela UNESCO como património mundial desde 1995, é sem dúvida o reconhecimento internacional desta aliança mágica e encantadora entre a Natureza e a obra humana que faz de Sintra um local único no mundo.
Amantes, escritores, poetas, exploradores, loucos (...), enfim, toda a gente se rende aos encantos de uma vegetação luxuriante, de visões encantadoras, de perfumes mágicos e de um misticismo sempre presente. Passos e passos de encantar, trilhos recheados de surpresas históricas, de valores esquecidos, de velhas histórias e lendas. Para fazer ao ritmo das cantilenas dos mananciais de uma imaginação fértil, onde a vontade de andar estará a par com a vontade de escutar, de cheirar, de sentir e de viver…
Desde a pré-história ao império Romano, Idade Média, passando pelo Iluminismo, Renascimento e História contemporânea podemos encontrar vincos na memória de outrora.
Na vila temos o Palácio Nacional, construído no reinado D. João I e D. Manuel I, onde foi tomada a decisão da conquista de Ceuta, onde foi recebida a notícia da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, onde Luís Vaz Camões terá feito a primeira leitura de «OS Lusíadas» ao rei D Sebastião.
Ao passar a vila em direcção à Serra podemos encontrar a Quinta da Regaleira (esta quinta é enorme, convém levar uma lanterna para ver os labirintos subterrâneos) construída em no século XVII (1697). Passou por vários proprietários até que em 1892 chegou às mãos de António Augusto Carvalho Monteiro com ajuda de Luigi Manini (arquitecto, pintor e cenógrafo de origem italiana, que trabalhou no famoso Scala de Milão e chegou a Portugal em 1876, contratado para trabalhar no Real Teatro de São Carlos).
Parabéns à Fundação Belmiro Azevedo que contribui para algumas obras de restauro, assim como, para a manutenção deste espaço lírico, se quiserem saber mais sobre este belíssimo património mundial terão mesmo de fazer uma visita.
Mais acima da Serra temos o Castelo dos Mouros que é o testemunho de quatro séculos da presença árabe em Sintra, e mais acima temos também o Palácio da Pena que constitui o mais completo e notável exemplar da arquitectura portuguesa do Romantismo.
Existem muitos mais palácios e monumentos que não fiz referência (exemplo disso é o Palácio Monserrate, que esteve fechado mais de meio século e voltou a abrir as portas ao público). Sintra é um bardo de descobertas do passado e do presente.»

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