segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Plágio

Ultimamente têm sido veiculados alguns casos de plágio. Ao ler uma crónica do Miguel Sousa Tavares no sítio do jornal “Expresso”, houve um cibernauta que, aproveitou o espaço de comentário do artigo, para pedir explicações ao autor. Explicações sobre o eventual plágio do livro “Equador”.

http://expresso.clix.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/113528

Por casualidade, é o livro que ando de momento a ler. Está muitíssimo bem escrito. Tem um bom argumento, é de leitura fácil e envolvente; tem uma boa história que retrata a escravatura nas colónias portuguesas e; romanceia as relações diplomáticas entre Portugal e Inglaterra nos inícios do século XX, com um enredo de amor pelo meio – um óptimo livro.

Miguel Sousa Tavares tem sido acossado no mundo da blogosfera, de ter plagiado parte do romance “Equador”, copiando na íntegra parágrafos inteiros do livro “Freedom at Midnight”, escrito por Dominique Lapierre e Larry Collins

http://antidireitaportuguesa.blogspot.com/2006/10/o-abominvel-livro-das-neves-e-o-caso.html

O autor pediu esclarecimentos ao provedor do jornal “Público”, para impugnar um artigo que foi escrito no dia 25 de Outubro de 2005, pelas jornalistas Joana Gorjão Henriques e Bárbara Reis, a delatar o plágio.

http://www.publico.clix.pt/homepage/provedor/04.ruiAraujo/textos/2006.11.19.AfraseAMais2.asp

Posso divergir de muitas opiniões do Miguel Sousa Tavares, até posso achá-lo por vezes pretensioso mas, tenho admiração por ele. É um intelectual castiço e, por inúmeras vezes discordar dos seus comentários na imprensa, falada, televisiva ou escrita, faz-me sempre pensa, observar o mundo de outro ângulo. A mim e a muitos portugueses, portanto, é com surpresa e incredulidade com que fui colhido com esta informação, não sei se é verdade ou não, mas…

Non omne quod licet honestum est [Paulo] – Nem tudo que é lícito é honesto.

À uns dias atrás, o presidente da Câmara de Gaia e, candidato à liderança do Partido Social Democrata – PSD –, Luís Filipe Menezes, foi flagrantemente “apanhado” a plagiar um artigo sobre o aniversário do lançamento da bomba da Hiroshima. E, um outro artigo sobre o centenário do nascimento do escritor português Miguel Torga – este foi o que deu mais brado –, no sítio http://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_torga.

A justificação dada pelo autarca, uma figura pública, candidato ao maior partido político da oposição, tem tanto de inverosímil, com tem de ridícula. À falta de argumentos, justificou-se que o blogue era pessoal, não tinha por isso, qualquer relação com o blogue de candidatura à presidência do PSD – não fosse o Marques Mendes tirar proveitos políticos e, acusá-lo de «falta de carácter», como fez com José Sócrates. Mas, as boçalidades não se ficam por aqui, não! Nas declarações que Luís Filipe Menezes proferiu na imprensa, disse não ter conhecimento dos artigos plagiados que estavam publicados no “seu” blogue “pessoal”. Ao que parece quem os publicou foi o seu assessor, que por coincidência estava ausente do país, que trapalhada ó Menezes!

Mas, assessor de quê? Pessoal? Pago por quem? Pela Câmara de Gaia ou pelo PSD?

Ó assessor, tu és malvado! Isso não se faz! É muito feio plagiar e, mais ainda no blogue dos outros. Para a próxima tens de ter mais cuidado, porque o dono do blogue não sabe os artigos que publicas.

Sine verecundia nihil potest esse rectum, nihil honestum [Cícero] – Sem o pudor, não pode haver nada honesto, nada digno.

Lisboa, 12 de Setembro de 2007

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